sexta-feira, 27 de abril de 2018

Energia solar na fazenda: 9 dicas para investir em painéis fotovoltaicos para o agronegócio

Se a usina produzir mais do que a demanda, o produtor rural pode acumular créditos de energia elétrica para consumir em até 60 meses

Que tal contar com fornecimento gratuito de energia elétrica na fazenda? Esse sonho já é uma realidade em muitas fazendas. O Sol se tornou um grande aliado do produtor rural na tarefa de zerar a conta de energia. Com vida útil superior a 25 anos, os painéis solares estão mais baratos, prometem rápido retorno e estão se multiplicando rapidamente no campo brasileiro.

Entre as vantagens, a tecnologia permite driblar o alto custo da energia elétrica de matriz hidrelétrica, um problema que há anos incomoda o agronegócio. 

“Cansados dos constantes aumentos na conta de luz, os produtores já não veem a aquisição como uma simples alternativa, mas, sim, como uma grande solução para fugir dos altos custos da conta de energia”, afirma o engenheiro eletricista Vitor Hugo Cordeiro Teixeira, da Biowatts, empresa de soluções em energia solar fotovoltaica.
  
1 – Como começar? 

De acordo com Teixeira, o produtor rural que deseja investir em energia solar geralmente tem duas grandes dúvidas: o custo para aquisição e instalação dos equipamentos e o tempo de retorno do investimento. A boa notícia é que a tecnologia está mais acessível no Brasil. “Hoje chegamos num patamar de viabilidade máxima do produto devido aos baixos custos dos equipamentos no mercado, permitindo um retorno rápido do investimento.”   

2 – Cálculo de demanda 

Para começar um projeto fotovoltaico, o primeiro passo deve ser apresentar a conta de luz da fazenda para a empresa responsável pela implantação. “Dessa forma, a fatura poderá ser analisada e o sistema poderá ser dimensionado com o propósito de atender o consumo do cliente”, explica Teixeira. Após essa análise, o projeto será desenhado. É importante saber que, após a implantação do projeto na fazenda, o sistema será vistoriado pela concessionária local para então receber a liberação de geração de energia.   

3 – Investimento e instalação 

A depender das exigências de cada cliente, o investimento mínimo nesse tipo de tecnologia fica entre R$ 5.500 e R$ 6.000. Já o tempo médio de instalação pode variar de dois até 30 dias, a depender do porte do sistema que será instalado para o cliente final.   

4 – Dinheiro na mão 

Caso o produtor não tenha capital disponível, ele pode buscar linhas de crédito que contemplem esse tipo de investimento. Atualmente, vários bancos estão enquadrando o sistema fotovoltaico em suas linhas de crédito, com benefícios especiais.   

De acordo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), desde 2015 estão sendo estruturadas, em parceria com o governo e com os bancos, diversas linhas de crédito que incentivam o investimento e facilitam o financiamento de projetos de geração de energia solar e eólica.   

5 – Aproveitando espaços 

As placas de energia solar fotovoltaica podem ser instaladas sobre telhados, no solo ou em estacionamentos, o objetivo é aproveitar áreas que estejam sem uso. “Cada placa possui 2 m², logo, a quantidade total de placas multiplicada pela área de cada uma nos fornece a área disponível para instalação do sistema”, diz Teixeira.   

6 – Prazos e exigências 

Para começar as operações, o produtor precisa que as concessionárias de energia aprovem o sistema de geração da fazenda e pode se deparar com dificuldades. O produtor pode ter de lidar com atrasos e exigências legais. “Entre os principais desafios se encontram a aprovação dos financiamentos de forma mais célere e desmistificação das normas do setor”, diz Teixeira.   

A regulamentação normativa 482, de 2012, da Agência Nacional de Energia Elétrica, é a que permite a geração de energia de fontes renováveis. O documento estabelece um prazo máximo para que as distribuidoras respondam aos pedidos de conexão do sistema com a rede elétrica.   

De acordo com Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, existem prazos de retorno que devem ser cumpridos pelas distribuidoras de energia. Para projetos de pequeno porte, com até 75 quilowatts de potência, a distribuidora deve dar retorno em até 34 dias. Projetos de maior porte, com potencial entre 75 quilowatts e cinco megawatts, o equivalente a 5 mil quilowatts, têm prazo ampliado.   

O prazo de retorno deve ser informado e respeitado pelas distribuidoras de energia. “As principais reclamações do setor e do mercado são que esses prazos não têm sido cumpridos, e isso é um problema que precisa ser fiscalizado pela Aneel”, diz Sauaia. “É preciso que os prazos regulatórios sejam de fato cumpridos como havia sido estabelecido pela regulamentação.”   

Em casos de atrasos ou exigências que não estejam de acordo com as normas, o produtor rural pode entrar em contato com Aneel e solicitar que a agência verifique e avalie se a distribuidora em questão está descumprindo o regulamento.   

7 – Quem precisa de energia solar? 

Os sistemas de energia solar podem atender qualquer produtor rural, mas já se destacam em alguns setores do agronegócio. Os projetos desenvolvidos pela empresa paranaense Biowatss no ramo da agropecuária estão fazendo sucesso especialmente entre os avicultores, suinocultores e piscicultores, cujas atividades exigem elevado consumo de energia.   

“Normalmente, os projetos feitos para essas áreas suprem 100% do consumo atual de energia desses produtores. Em qualquer atividade que necessite de energia elétrica a energia solar pode ser adaptada, seja para consumo direto ou armazenamento de energia”, diz o engenheiro.   

8 – Vantagem financeira 

Segundo o presidente da Absolar, o produtor rural brasileiro está mirando a geração de energia para uso próprio na fazenda. Mas, o investimento pode ir além e garantir renda extra com a geração de energia adicional que pode ser distribuída pela rede elétrica para consumo em áreas urbanas.   

Sauaia explica que toda usina tem um medidor bidirecional instalado, que calcula o consumo da rede e a energia que a usina da fazenda injetou na rede. “Se por ventura o produtor rural gerar mais energia do que consumiu, ele pode acumular créditos de energia para consumir em até 60 meses e reduzir os gastos de energia elétrica”, diz o presidente da Absolar. “Além da economia nos gastos com energia elétrica, o produtor passa a ter maior segurança e autonomia no suprimento energético e com qualidade.”   

9 – Vida útil e manutenção 

As placas solares têm durabilidade de 30 a 40 anos. Para conservar os equipamentos, os especialista orientam que o produtor deve realizar limpeza com água e sabão neutro quando houver sujeira sobre as placas.

Fonte: SF Agro

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