quinta-feira, 5 de julho de 2018

Enel coloca ativos de geração eólica e solar no Nordeste à venda

Depois de fazer grandes aquisições no setor de distribuição de energia, com destaque para a compra da Eletropaulo, a italiana Enel colocou ativos de geração de energia renovável no Brasil à venda, apurou o Valor com fontes com conhecimento da situação. A companhia, por meio do braço Enel Green Power, contratou a Rothschild para vender dois ativos de geração solar fotovoltaica, que somam cerca de 450 megawatts (MW), além de um parque eólico de aproximadamente 90 MW, todos localizados na região Nordeste.

Os ativos de geração solar ficam na Bahia e no Piauí, e o parque eólico está instalado na Bahia.

A tentativa de venda foi iniciada há poucos dias e, por enquanto, a companhia está consultando investidores no setor elétrico para verificar qual o interesse pelos ativos, que já estão em operação e têm contratos de longo prazo assegurados em leilões para venda da energia gerada.

A Enel tem sido destaque nos leilões de fontes renováveis no Brasil nos últimos anos. A companhia se identifica como a maior geradora solar do Brasil, com 819,2 MW em operação e outros 474 MW em construção. 

Já nos dois primeiros leilões do país que incluíram a fonte solar, em 2014 e 2015, a italiana foi destaque ao levar a maior parte dos projetos contratados.

A partir do segundo semestre de 2015, porém, o setor de energia solar passou a enfrentar desafios significativos para crescer no Brasil. A forte desvalorização do real em comparação com o dólar em relação ao período em que os leilões foram realizados achatou as taxas de retorno dos projetos, e muitos deles tiveram os contratos rescindindos ou devolvidos a União por meio de um leilão de descontratação feito em 2017.

A Enel foi a exceção, e conseguiu concluir os projetos apesar dos desafios, por ter um controlador estrangeiro e sofrer mesmo os efeitos cambiais e financeiros da crise no país. Desde então, a companhia continuou protagonizando os certames de fontes renováveis.

Segundo apresentação institucional disponibilizada pela companhia no início do ano, são 842,4 MW de energia eólica em operação e 875,4 MW em construção.

No exterior, uma prática comum da companhia é vender projetos operacionais de rentabilidade menor para reciclar o capital. Os investimentos são redirecionados para novos ativos, com taxas de retorno mais atrativas para a companhia. 

Procurada, a Enel disse que não iria comentar as informações.

Fonte: Valor

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